Revisão de Reserva de Margem Consignável (RMC): Entenda Antes de Oferecer Ações

A famosa RMC (Reserva de Margem Consignável) é um daqueles temas que geram confusão até em profissionais experientes. Muita gente ainda acredita que se trata apenas de um empréstimo consignado comum, mas, na verdade, o buraco é bem mais embaixo.

A RMC é uma reserva automática feita pelo banco dentro da margem consignável do benefício do INSS para o pagamento de cartões de crédito consignados. O detalhe é que, na maioria dos casos, o consumidor nem percebe que contratou um cartão — acha que fez um simples empréstimo, recebe o dinheiro na conta e pronto. O problema aparece depois: o desconto mensal não quita a dívida, apenas paga os juros, e o saldo nunca diminui.

Quando Vale a Pena Ajuizar Ação de RMC

Entrar com ação de revisão da RMC é, sim, uma estratégia eficaz quando há abusividade ou falta de transparência contratual. Ocorre em situações como:

  • O consumidor não solicitou o cartão;

  • Nunca recebeu o cartão físico ou o limite não foi utilizado;

  • Os descontos mensais não amortizam o valor principal;

  • O contrato é confuso ou o banco não explicou claramente as condições.

Nesses casos, a Justiça tem reconhecido o direito à anulação do contrato, à restituição dos valores cobrados indevidamente (geralmente em dobro) e, em algumas situações, indenização por danos morais.

O Que Saber Antes de Oferecer Ações de RMC

Antes de ajuizar qualquer ação, o profissional deve:

  1. Solicitar o extrato do benefício no Meu INSS para identificar se há desconto de RMC;

  2. Conferir o Custo Efetivo Total (CET) — geralmente muito superior ao de um empréstimo;

  3. Verificar se houve saque do limite do cartão, o que caracteriza o contrato de cartão consignado;

  4. Avaliar o prazo prescricional, que costuma ser de 10 anos;

  5. Fundamentar a ação com jurisprudência atualizada e cálculos precisos sobre o valor devido.

O Papel do Contador e do Perito na RMC

O contador ou perito judicial tem um papel essencial nesses processos: identificar a natureza da operação, calcular os juros efetivos e comprovar o prejuízo financeiro sofrido pelo cliente. Um laudo técnico bem elaborado é decisivo para demonstrar ao juiz o desequilíbrio contratual.

Conclusão

A revisão da RMC é um campo fértil para advogados, contadores e peritos que atuam com cálculos judiciais e defesa do consumidor. Ela combina alta demanda, boa rentabilidade e relevância social, já que protege aposentados e pensionistas de abusos bancários.

E a E&B Cálculos – Consultoria Contábil é a parceira ideal para esse tipo de demanda. Nossa equipe atua lado a lado com o empreendedor e o profissional jurídico, oferecendo cálculos precisos, pareceres técnicos e soluções que reduzem custos e aumentam a rentabilidade dos seus serviços.

Emanuel Basílio

www.ebcalculos.com

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O Que Fazer Quando Precisa Retificar o SPED e o Contador Anterior Faleceu?

PIX + movimentações cruzadas pela Receita Federal do Brasil: o que pequenas empresas e pessoas físicas devem saber

PJe-Calc: Uniformidade e Celeridade na Justiça do Trabalho – Qual o papel do Contador?

Carro é investimento? No Brasil muita gente ainda acredita nessa ilusão

Reforma Tributária: prazo começa em janeiro de 2026?

CNPJ Desatualizado: O Que Fazer Quando o QSA da Receita Federal Está Vazio?

Prorrogação da Obrigatoriedade da DC-e e DACE: Nova Declaração de Conteúdo Eletrônica em Detalhes

Deixou de Pagar Impostos: O que Acontece a Partir de Agora?

Juros Abusivos no Seu Financiamento de Veículo: Entenda Como a Justiça Pode Reduzir Suas Parcelas

Perícia Judicial e Liquidação de Sentença no TRT: Entenda as Profissões Chave